sexta-feira, 2 de abril de 2010

A BELEZA DA FEIURA DE JESUS

1 QUEM deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor?
2 Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos.
3 Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
4 Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.
5 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos.
7 Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.
8 Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido.
9 E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca.
10 Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.
11 Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniqüidades deles levará sobre si.
12 Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.
Em Cantares 5.16 lemos: "...ele é totalmente desejável". Isso não pode ser dito a respeito de nenhum outro a não ser de Jesus Cristo. Qualquer outra grandeza é corrompida por pequenez, qualquer outra sabedoria é arrasada por tolice, qualquer outra bondade vem maculada por imperfeição. Jesus Cristo é o único do qual se pode afirmar que nEle tudo é amável e belo.
Sua beleza reside em Sua perfeita humanidade. Ele se identificou conosco em tudo, exceto com nosso pecado e com nossa natureza má. Ele teve de crescer fisicamente – como nós – mas Ele também cresceu na graça. Ele trabalhou, chorou, orou e amou. Em todas as coisas Ele foi tentado como nós – mas permaneceu sem pecado.
Como Filho de Deus, Ele entra em nossa vida no século XX de maneira tão simples e natural como se tivesse morado em nossa rua. Ele é um dos nossos em tudo. Ele entra em uma vida cheia de pecado assim como um rio limpo e transparente lança suas águas em um lago parado. O rio não teme a contaminação, é ele que limpa o lago com sua força.
Cristo também possui perfeita compaixão. Pensemos apenas no "rebanho sem pastor" ou na viúva enlutada de Naim. Será que alguma vez você viu Jesus procurando pessoas que "mereciam" que Ele se compadecesse delas? Dele está escrito simplesmente que: "... compadeceu-se dela e curou os seus enfermos" (Mt 14.14b). Que glória reside em sua misericórdia! Naquela época significava contaminação a aproximação com os pobres leprosos, mas o contato com a mão de Jesus os curava e purificava.
A perfeita humildade de Jesus Cristo é extremamente amável. Ele, o único que poderia ter escolhido como desejava nascer, entrou nesta vida como um dentre muitos. Ele disse: "...no meio de vós, eu sou como quem serve" (Lc 22.27b), e está escrito que Ele "deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido" (Jo 13.5). E também está escrito que Ele "quando ultrajado, não revidava com ultraje" (1 Pe 2.23).
Jesus Cristo também possui perfeita mansidão. Como Ele é meigo, mas também fiel, altruísta e devotado. Quando falou com a mulher calada, desesperada, depois que os seus acusadores foram se retirando um por um, toda a Sua amável mansidão se mostrou.
Até na hora da Sua morte, Ele ouviu o clamor de uma fé em desespero. Antigamente, quando os vencedores voltavam das guerras, traziam seus prisioneiros mais importantes como troféus de vitória. Para Jesus Cristo foi suficiente chegar ao céu trazendo a alma de um ladrão.
Finalmente, olhemos para Seu perfeito equilíbrio interior. Ainda poderíamos falar muito sobre Sua dignidade, sua varonilidade, sobre Sua coragem. Nele se unem traços de um caráter perfeito e formam um equilíbrio maravilhoso. Sua mansidão nunca é delicada demais, sua coragem jamais é bruta.
Ele não é totalmente desejável? Você quer aceitá-lO como Salvador pessoal e igualmente descobrir Sua glória? Ele próprio disse: "Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna" (Jo 6.47). (Dr. C. I. Scofield.



Lucas conta que o alto oficial de Candace; rainha dos etíopes, estava lendo a respeito de Jesus no carro que o levava de volta à Etiópia. A esta altura, a carruagem se aproximava da faixa de Gaza. A passagem do livro que o homem lia estava em torno daquilo que hoje chamamos de capítulo 53 do profeta Isaías. Entre outras informações, o etíope leu: “Ele [Jesus] não tinha qualquer beleza ou majestade que nos atraísse, nada havia em sua aparência para que o desejássemos” (Is 53.2).
A Nova Tradução na Linguagem de Hoje é mais incisiva: “Ele não era bonito nem simpático nem tinha nenhuma beleza”.
Em outras palavras, o profeta estava chamando a atenção do leitor para a feiúra de Jesus. Sem dúvida, ele também tinha ficado impressionado com esse pormenor.
A explicação da aparente feiúra de Jesus está no capítulo anterior, três versículos antes: “Sua aparência estava tão desfigurada, que ele se tornou irreconhecível como homem; não parecia um ser humano” (Is 52.14).
O profeta não se referia ao Jesus da transfiguração, nem ao do Sermão do Monte, mas ao Jesus desfigurado do Getsêmani, ao Jesus da sexta-feira da paixão.
Ele estava verdadeiramente feio: Cabelo despenteado e ensanguentado, por causa da coroa de espinhos; rosto cheio de hematomas e manchas roxas, por causa da pancadaria; costas sem pele nem carne, por causa dos açoites; corpo repelente, por causa da rara mistura do suor com sangue, poeira e cuspe — o cuspe dos soldados; pernas trôpegas, por causa de uma noite sem dormir; e semblante que não transmitia nenhum sinal de alegria, por causa da tristeza mortal que o acometeu logo ao chegar ao Getsêmani, do beijo de Judas, do abandono dos discípulos, da tríplice negação de Pedro, do depoimento falso das testemunhas, da covardia de Pilatos e da ingratidão do povo que preferiu soltar Barrabás.
Todavia, é nessa impressionante feiúra de Jesus na Sexta-Feira da Paixão que nós vemos a sua maior beleza. O que mantém os crentes ligados a Jesus já por vinte séculos é a beleza de seu sacrifício expiatório. Nós não negamos a sua feiúra, mas enxergamos toda a beleza que está por trás dela.
Repetimos ao redor do mundo que ele desceu ao Hades e subiu aos céus. Escolhemos a cruz como o mais precioso símbolo do cristianismo. Para chamar a atenção dos nossos filhos para a salvação operada no Gólgota e confirmada no jardim da casa de José de Arimatéia, fabricamos a frase aparentemente mais contraditória da história: “A beleza da feiúra de Jesus!”

Precisamos orar para enxergar toda a beleza de Jesus.

Ela é tão misteriosa, tão rica, tão vasta, tão avassaladora, tão sublime, que a nossa capacidade de enxergá-la é limitada.
Precisamos de ajuda para enxergar não só a beleza de seu sacrifício vicário, mas também a beleza de seu nascimento virginal (Jo 1.14), de sua ressurreição inesperada (Lc 24.5-6), de sua ascenção majestosa (Hb 1.3), de sua agenda atual (1 Co 15.24), de sua volta gloriosa (Mt 24.30) e de sua plenitude universal, inquestionável e inesgotável sobre eras que tombam sobre eras numa sucessão contínua (Fp 2.9-11)!

Fonte: Revista Ultimato
Rinaldo Santana

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