quinta-feira, 18 de junho de 2015

JUDAS, POR AMBIÇÃO, NEGOCIOU COM OS JUDEUS A TRAIÇÃO DO FILHO DE DEUS

Texto base Mt. 27.1-10, Lc. 22.2-6

- Na manhã de sexta-feira os sacerdotes e os líderes do povo se reuniram como sinédrio. A maioria deles tomou a decisão de condenar Jesus à morte. V.1,   Lucas 23. 50 – 51.

- Após ser humilhado moral e fisicamente, o Senhor Jesus teve as mãos amarradas e foi entregue pelo sinédrio ao poder político romano. v. 2.

- Após a condenação de Jesus à morte, Judas Iscariotes entra em desespero e dominado por um forte sentimento de culpa busca reparar o seu erro. Procura devolver aos líderes religiosos as trinta moedas de prata. A devolução não é aceita. v. 3.

- Judas Iscariotes confessa à liderança religiosa que traiu um inocente. É, porém, ignorado em sua atitude e responsabilizado pelo que fez como se os líderes judeus não fossem seus parceiros. O seu orgulho o impediu de confessar o pecado a Jesus que por certo o perdoaria, evitando um mal maior. v. 4.  

- Com o propósito de se livrar das moedas cujo peso era infinitamente menor que o seu pecado, Judas Iscariotes tenta dar um fim menos indigno a elas. Vai ao templo e ali atira as trinta moedas de prata. A seguir decidiu punir a si cometendo suicídio. v. 5.

- Sacerdotes, hipocritamente, se recusam a depositar no gazofilácio as trinta moedas de prata pelas quais lhes foi entregue Jesus. v. 6.

- Sacerdotes decidem usar as trinta moedas de prata para comprar uma área de terra que serviria como cemitério para estrangeiros. v. 7.   

- O campo do oleiro passa a chamar-se campo de Sangue porque foi adquirido com o preço de sangue inocente. v. 8.

- Sacerdotes inconscientemente cumprem as Escrituras. v. 9 – 10; Zacarias 11. 12 – 13. 

VISÃO GERAL Judas Iscariotes, apóstolo de Jesus Cristo, viveu a experiência trágica daqueles que ao abandonarem a Deus se deixam seduzir e são usados por Satanás.

É hábito do inimigo de Deus fazer uso da fragilidade de caráter de sua possível vítima ou instrumento em suas ações.

Jesus nos alerta a manter em alta a vigilância e a comunhão com Deus para que o nosso caráter seja fortalecido. Essa determinação nos protege contra as ciladas do inimigo. Ele é perito na sedução e uma vez tendo êxito nessa fase, inclui sua vítima ou instrumento em seu projeto satânico. Livre para agir elabora as estratégias, se provê dos recursos, aproxima aqueles que o executarão, coopera com eles no andamento do projeto até o desfecho. Assim que chega o momento de assumir as consequências trágicas do projeto satânico, o inimigo se afasta e deixa suas vítimas ou instrumentos sem qualquer apoio a fim de que sofram e colham os frutos de sua insensatez. Ri-se delas e as responsabiliza por sua falta de bom senso em ouvi-lo e segui-lo. Do Diabo jamais espere coisas boas. Ele é fiel ao seu caráter. É de sua natureza roubar, matar e destruir. Jesus Cristo nos deu esse alerta.  João 10. 10a.

O Filho de Deus, sim, veio para dar vida abundante no presente e no porvir. Essa vida é o resultado do acolhimento de Jesus Cristo como Senhor e Salvador pessoal, único, suficiente e eterno.  A lei da semeadura e colheita está em vigor. João 10.10b; Gálatas 6. 7 - 8.



FOCALIZANDO A VISÃO Dentre os muitos seguidores de Jesus, Judas Iscariotes foi chamado para fazer parte do grupo dos doze apóstolos. Ao chamá-lo, o Mestre já sabia do desfecho trágico que teria a vida desse homem, mas deu-lhe todas as oportunidades para que se tornasse uma pessoa de bem. Se Jesus antecipasse a Judas Iscariotes o seu futuro, com certeza, receberia desse discípulo séria advertência e seria acusado de pré-julgamento. Citamos como exemplo o caso do apóstolo Pedro. As palavras de Jesus prevaleceram sobre as palavras de Pedro. Mateus 26. 31 – 35.

No presente eterno de Deus todas as coisas estão patentes aos Seus olhos, mas ao homem cabe fazer as descobertas na história para sua alegria ou decepção. A história é feita das escolhas humanas antecipadamente conhecidas por Deus. Ele nos orienta através das Escrituras e dos Seus servos, mas não toma a decisão por nós. Salmo 101. 7; 139. 16; Provérbios 15. 3; Hebreus 4. 13.

Dias após a multiplicação de pães o Senhor Jesus se apresentou à multidão como o Pão da Vida, o verdadeiro Pão (alimento) que desceu do céu, Alimentar-se Dele significa apropriar-se do seu caráter humano, viver como Ele viveu, tornar-se um espírito com Ele e por fim receber através Dele a vida que provém de Deus. João 3. 16; 5. 24; 6. 31 – 65; 1 Coríntios 6. 17; 1 Pedro 2. 21; 1 João 2. 6.

A liderança religiosa judaica repudiou as declarações do Senhor Jesus e alguns dos Seus seguidores ficaram envergonhados e incomodados com o que ouviram porque deram às palavras um sentido literal. Jesus, porém, afirmou nesse discurso que Suas palavras são espírito e vida, ou seja, têm um sentido espiritual. João 6. 63. A dificuldade em entender o significado espiritual das palavras de Jesus fez com que alguns discípulos decidissem não mais acompanhá-Lo. Assim que estes saíram, Jesus se dirigiu aos doze apóstolos e os desafiou a abandoná-Lo se assim desejassem. Jesus Cristo não sacrificaria o anúncio do Evangelho para atender a interesses particulares ou a dogmas religiosos. O apóstolo Pedro prontamente declarou: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus”. Jesus respondeu a Pedro: “Não fui eu que os escolhi, os Doze? Todavia, um de vocês é um diabo”. João 6. 68 – 70. (NVI). Essa afirmação de Jesus é a prova de que Ele estava acompanhando as atitudes de Judas Iscariotes ao longo do Seu ministério e sabia das vezes em que esse discípulo havia dado lugar ao Diabo em sua vida. A paciência divina se manifestou várias vezes na vida de Judas Iscariotes dando-lhe as oportunidades para que se arrependesse e seguisse pelo caminho da retidão. A prática habitual do pecado gerou nele a iniqüidade que o insensibilizou para ouvir e obedecer aos ensinos de Jesus. Essa conduta determinada agravou sua situação perante Deus que não deixa impune quem desafia Sua autoridade e preceitos. Chegaria o tempo quando colheria os frutos de sua semeadura.  É impossível desvincular a semeadura da colheita. Gálatas 6. 7 – 8.

O que Judas Iscariotes tentou habilidosamente ocultar durante o ministério do Senhor Jesus foi revelado claramente na última semana ministerial. Nele se cumpriram as palavras de Jesus. Leia Lucas 12. 2 – 3. 

Na casa de Simão, o ex-leproso, seis dias antes da Páscoa, Judas Iscariotes manifestou seu ódio, ambição e inveja. A homenagem que Maria, a irmã de Lázaro e Marta, prestou ao seu Mestre recebeu duras críticas desse apóstolo. Ele se sentiu incomodado com à demonstração pública de amor por parte daquela que ofereceu a Jesus o que de mais precioso estava em seu poder. O amor de Maria contrastou com o desamor de Judas Iscariotes por Jesus. Ele considerou desnecessária tal homenagem. João 12. 1.  

Durante o Seu ministério o Senhor Jesus amou Seus discípulos até o fim, mas não houve por parte deles a mutualidade de amor vista em Maria. Afinal, o Mestre era tão humano quanto eles!     

Repetimos: as Escrituras não criam vítimas ou algozes, mas revelam antecipadamente o seu surgimento na história como resultado de suas escolhas.

Jesus Cristo decidiu fazer a Vontade do Pai. Por amor àqueles que Nele crêem como Senhor e Salvador morreu substitutivamente por eles. Ao vencer a morte pela ressurreição garantiu aos salvos a mesma vitória sobre a morte e a vida eterna com Deus.

Judas Iscariotes, em todo o tempo, contou com o investimento pessoal de Jesus em sua vida, No entanto, O desprezou. Repetiu  o que haviam feito Adão e Eva que preferiram ouvir o até então desconhecido Diabo ao invés de ouvirem a Deus, a quem conheciam por Sua voz e bondade. A exemplo do primeiro casal o fim de Judas Iscariotes não poderia ser melhor do que teve. Esse apóstolo ouviu e viu o que seus companheiros de ministério viram e ouviram. Infelizmente não permitiu que o seu caráter fosse transformado pelo anúncio e ensino do Evangelho. Seguiu a Jesus com a motivação errada.   

Há muito tempo levava uma vida ministerial dupla, isto é, hipócrita. O apóstolo João declara que Judas Iscariotes era ladrão. Tirava da bolsa comum as ofertas recebidas cujo destino era a provisão de recursos para o ministério ou ajuda aos necessitados. O cargo que exercia como tesoureiro no colégio apóstólico foi a oportunidade que o Senhor lhe havia dado para corrigir a sua ambição por bens materiais. Era necessário que aprendesse as lições de fidelidade e submissão ao Mestre. Sem oportunidade não há aprendizagem.

Jesus procurou manter com Judas Iscariotes uma relação de confiança, mas infelizmente ele não honrou esse relacionamento.   

A resistência do apóstolo em seguir verdadeiramente a Jesus deu início à sua queda.

Toda decadência tem como ponto de partida o afastamento de Deus e a desobediência às Escrituras. Uma vez iniciado esse caminho, o temor, a reverência e o respeito a Deus entram em queda. E quem não ouve a Deus e nem O respeita, transfere esse comportamento a si e àqueles que o cercam. A ruína só pode ser detida por Deus quando o “quedante”, isto é, o que cai, se arrepende dos seus pecados, pede perdão, repõe os ganhos indevidos e retorna à sua caminhada com Deus. Zaqueu será sempre citado como exemplo de homem que trocou a insensatez pelo bom senso porque acolheu Jesus como Senhor e Salvador. 

Na celebração da ceia da Antiga Aliança, no cenáculo, por ocasião da Páscoa e um dia antes da crucificação de Jesus, Judas Iscariotes estava presente, menos na condição de apóstolo e mais como espião da liderança religiosa judaica. Nesse jantar a hipocrisia de Judas Iscariotes chegou ao ponto culminante. Ele dividia o mesmo prato com Jesus. Antes da instituição da Ceia da Nova Aliança, o Senhor Jesus disse que um dos presentes o trairia. Na medida em que os apóstolos perguntavam a Jesus quem seria o traidor, não foi nem preciso que Judas Iscariotes fosse descoberto. Ele se denunciou. A partir daquele momento não havia ambiente para que ali permanecesse. Deixou o local e se dirigiu à liderança religiosa judaica. Relatou aos religiosos o que viu e ouviu no período em que permaneceu no jantar com Jesus e os apóstolos. A seguir participou da mobilização para prender Jesus no Jardim das Oliveiras. Ao chegar ao local naquela noite, facilitou a identificação de Jesus, beijando-o. Acompanhou o grupo de homens até à casa de Caifás. Cumpriu o que havia combinado e recebeu como recompensa as trinta moedas de prata. Ao ver a tortura moral e física sofrida por Jesus na casa do sumo sacerdote Caifás e tomar conhecimento da condenação de Jesus à morte pelo sinédrio e o seu encaminhamento a Pilatos para ser crucificado, Judas Iscariotes caiu em si e viu que havia sido demasiadamente desamoroso e injusto com Jesus. Começou a avaliar sua conduta nos três anos de ministério com Jesus e os acontecimentos recentes. O sentimento de culpa se misturou a sua aflição e o desespero tomou conta de suas emoções. Tentou reverter uma situação que já estava definida e fora do seu controle. Foi ao templo e disse aos religiosos que havia traído sangue inocente e estava devolvendo as trinta moedas. O peso das moedas era infinitamente menor que os seus pecados e ele não os podia suportá-los. Sua ausência de humildade o impediu de procurar o Senhor Jesus e  buscar o perdão que por certo lhe seria concedido. Os líderes religiosos que haviam se servido de Judas Iscariotes lhe disseram: “Que nos importa? A responsabilidade é sua”.  Essa é a palavra que o Diabo tem para quem cede a sua sedução e se rebela contra Deus e Sua Palavra.

Sem qualquer apoio e entregue a si mesmo, Judas Iscariotes deixou o templo e as moedas que se espalharam pelo local e foi se enforcar. Ao cometer suicídio afrontou mais uma vez a Deus, o Doador da vida e o único que a pode retirá-la de Suas criaturas no tempo que determinar. Judas Iscariotes cumpriu inconscientemente o que as Escrituras já haviam falado sobre ele. Salmo 41. 9; 55. 12 – 14.

Os líderes religiosos judaicos juntaram as trinta moedas de prata que foram espalhadas no templo, preço que pagaram a fim de que Judas fosse o mediador na prisão de Jesus. Procuraram aplicá-las em algo que fosse útil. Compraram uma área de terra e a destinaram ao sepultamento de estrangeiros. Esse local se chamou campo de Sangue.

A queda de Judas Iscariotes antecipou a queda do sistema religioso judaico na forma existente na época. No ano 70 d.C. os romanos foram implacáveis na destruição de Jerusalém, do templo e na dispersão do povo judeu pelo mundo. Deus é amorosamente justo e judicialmente amoroso. Israel tem experimentado ao longo de sua história essa ação divina. Há salvação para todos que crêem em Jesus Cristo como Senhor e Salvador, sejam judeus ou não judeus.


Dc. Rinaldo Santana 

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